Em vez de tentar explicar o essencial, resolvi me aprofundar um pouco mais na rotina do redator web, explorando alguns dos erros mais comuns dos profissionais que escrevem para a Internet.

Confira, abaixo, dez erros frequentemente cometidos pelos webwriters e sugestões de como evitá-los:

1. Meio briefing, meio objetivo
Sem um briefing bem preparado, o redator web não saberá direito
quais são os objetivos do conteúdo que precisa criar, seja para um cliente ou para ele mesmo. Portanto, é fundamental sempre obter todas as informações necessárias, mesmo que isso atrase um pouco a produção de conteúdo (ou incomode o cliente)!

2. Tamanho: oito ou oitenta
Tá certo que alguns tópicos exigem mais conteúdo, mas é preciso abusar da criatividade para apresentar um
grande volume de informações de forma agradável, estimulante. Você já deve ter lido em algum lugar que os textos para a Internet devem ser concisos, enxutos, sem firulas e sem palavras complexas. Mas isso não significa que os textos para aquele site institucional precisam ter
o tamanho de um tuíte! Bom senso e criatividade são os melhores ingredientes para lidar com a extensão do conteúdo. Este post, por exemplo, ficou grande demais…

3. Sou um redator, esta é a minha função
Poucos profissionais escolhem escrever como carreira; os que escolhem, é porque
gostam muito de ler e escrever ou ficaram sem escolha (como alguns jornalistas que prefeririam apresentar um telejornal). Entretanto, só porque você faz um trabalho que poucos se dispõem a fazer, não significa que pode se acomodar!
Aprimore seus conhecimentos da Língua Portuguesa (nem os mais famosos gramáticos sabem tudo), busque conhecer áreas relacionadas ao webwriting, como programação,
SEO, Marketing, Administração, gestão de mídias sociais, webdesign e mesmo coisas que não pareçam tão ligadas, como Psicologia, Sociologia, cultura organizacional, cultura nerd, cultura inútil…
Tudo pode ser útil!

4. Você também erra
Lembre-se de que você é um ser humano e
está suscetível a cometer erros, inclusive grandes gafes. Uma desatenção, um momento de pressa, um descuido na revisão…
Reconheça os seus erros,
aprenda com eles e entenda que progredir
sempre é possível.

5. Revisar ou postar rapidamente?
Eis
um dilema interessante. É preciso muito critério para avaliar se vale a pena
correr para publicar (com pouca ou nenhuma revisão) enquanto o assunto é exclusivo (os famosos “furos”) ou se é melhor
revisar com atenção e, talvez, perder o
timing. Simples erros de digitação podem ser toleráveis, mas informações inconsistentes (por falta de
checagem) podem comprometer o redator.

6. O que importa é o texto. Imagem, pra quê?
Após tanto dedicar-se à produção de um conteúdo sofisticado, aprimorando a persuasão, o potencial de agregar relevância com os buscadores, etc., o webwriter pode acreditar que a sua criação está perfeita, fantástica e absoluta. Porém, não podemos ignorar os benefícios da utilização de imagens complementares! Além do óbvio incremento estético, as imagens ajudam na assimilação do conteúdo, pois reforçam a ideia principal e aliviam o “peso” visual do layout.

7. Um escritor não vende suas palavras, sua redação
Talvez o maior equívoco de um redator
seja conceitual, em vez de prático. Quando um webwriter não compreende o propósito de seu próprio trabalho e acredita que está entregando “
textos“, “
conteúdos” ou qualquer outra denominação que se dê às palavras selecionadas e organizadas que o sujeito “
vende“, então este profissional não compreende o
princípio mais essencial de seu ofício. O redator inicia um processo de informação, relacionamento, persuasão e fidelização. Em última instância, o que ele vende são
resultados práticos, mensuráveis e duradouros.

8. Escreva sobre o que você gosta ou tem afinidade. Não faça isso!!
Apesar de muitos colegas insistirem na estratégia da “zona de conforto criativa”, eu acredito que buscar trabalhar apenas com temas do seu interesse e em nichos que você está familiarizado causam uma
estagnação prejudicial ao desenvolvimento profissional do webwriter.
Ouse! Busque temas e assuntos
desconhecidos e produza conteúdos como se fosse um
expert; escreva sobre o que
não te interessa como se fosse um autêntico fã! Esse exercício vai te preparar para as buchas do dia a dia, estimular a sua criatividade e possibilitar muito aprendizado inusitado (que cedo ou tarde acaba sendo valioso).

9. Pode ser que você precise escrever um manual também
Você passa horas pesquisando referências e tendências, elabora uma ampla rede semântica, encontra sinônimos, desenvolve um estilo, reescreve, ajusta e revisa várias vezes. Com a sua experiência, sabe que produziu
um diamante de texto, impecável. Mas, quando o cliente lê, ele
não gosta e pede mudanças que acabam com a sinergia e coesão que você havia meticulosamente planejado. Ou, pior ainda, pede para você
produzir um texto novo!
Não adianta ficar indignado, redator. Você sabe os porquês do seu conteúdo e, para que os outros entendam os conceitos por trás da sua criação, muitas vezes será preciso
explicar, convencer, engajar o cliente. Quando apresentaram à Embratel aquele
“Faz um 21″, podem ter questionado o criativo sobre a
conjugação irregular do verbo “fazer”. Como sabemos, a ideia era que a frase soasse natural, com
liberdade criativa para violar uma norma culta em prol da eficiência publicitária do coloquial. Enfim, defenda as suas criações
embasadas!

10. Alô? Tem alguém aí?
Por último, tente não cometer o erro vergonhoso que este que vos escreve cometeu: ficar
muito tempo sem publicar material novo em canais importantes. Cada caso, com seus diferentes contextos, tem um tempo diferente; de qualquer forma, é muito importante que o seu público saiba que você ainda está vivo e atuante. Sem conteúdo novo, sua relação com o público enfraquece, você perde audiência e relevância no seu meio e com os buscadores.
Para crescer, aparecer é preciso!